CRÔNICA: FAÇA O BEM E VIVA MAIS E MELHOR

CRÔNICA: FAÇA O BEM E VIVA MAIS E MELHOR

cabeca-ricchetti CRÔNICA: FAÇA O BEM E VIVA MAIS E MELHOR

Pesquisas recentes mostram que quando alguém faz uma boa ação sem esperar nada em troca, o organismo libera oxitocina, aquele mesmo hormônio que toda mãe libera durante e após o parto e que imediatamente a faz esquecer qualquer dor e estabelecer imediatamente um vínculo extremamente forte de amor e afeto com seu filho recém-nascido.A oxitocina ficou conhecida também como o hormônio que promove sentimentos de amor, união social e bem-estar.Ajudar os outros sem esperar qualquer tipo de recompensa é o que chamamos de Altruísmo. É o sentimento de bondade desinteressada, que coloca outra pessoa acima de si própria e libera a oxitocina.Todo mundo certamente já ouviu falar em altruísmo, mas será que todo mundo sabe realmente o significado desta palavra? Ser altruísta, garantem especialistas, nos faz crescer interna e externamente. Quando reconhecemos as necessidades alheias, sentimos nossa percepção do mundo ampliar. A vida tem significados maiores quando somos úteis, nos sentimos mais ativos socialmente e nos tornamos pessoas melhores.Altruísmo não é caridade. A palavra foi criada em 1830 pelo filósofo francês Augusto Comte, fundador da sociologia e do positivismo, para caracterizar o conjunto das disposições humanas que inclinam os seres a se dedicarem aos outros. Ou seja: é o contrário do egoísmo.Na semana passada ouvi um depoimento de um rapaz que estava na fila do drive thru do Starbucks e resolveu pagar o café da senhora que estava no carro imediatamente atrás. Ele fez essa ação sem interesse sem querer nada em troca, apenas pela sensação de dar sem receber.Numa outra situação um outro rapaz em uma outra cafeteria vê entrar três senhoras e uma delas particularmente, o faz se lembrar imediatamente de sua mãe que havia falecido. Ele então se dirige àquelas senhoras e conta o que se passou quando as viu entrar e pede permissão para pagar-lhes um café. Nesse momento uma das senhoras se levanta e lhe diz:- Perdi meu filho há duas semanas e ele se parece muito com você.Eles então se abraçam e choram….O estudo mostra que a ocitocina é liberada não só para quem faz e recebe a ação como também na pessoa que a presencia. Assim em ambos os casos tanto naquele momento no drive thru não só o rapaz que pagou o café, mas a senhora do carro detrás, que o recebeu bem como a moça do caixa que presenciou a cena, como no caso das senhoras e do outro rapaz, todos os envolvidos também liberaram ocitocina nos seus organismos.O psicólogo norte-americano Abraham Maslow concluiu que o comportamento altruísta é reflexo do bem-estar psicológico. Segundo ele, a pessoa totalmente humana é aquela que reflete o “bodisatva” (ser iluminado). Essa pessoa é compassiva por entender que toda a vida está interligada e ninguém deve jamais vivê-la de forma isolada. Maslow afirmava que o altruísmo, a compaixão, o amor e a amizade significam o desabrochar das sementes com as quais todos os seres humanos nasceram.No altruísmo, aquele que recebe se beneficia e o uso positivo daquilo que recebe pode lhe ajudar a recuperar a saúde, a aprender mais ou a recuperar uma vida digna de trabalho. Aquele que ajuda pode experimentar um grande prazer por ter dado algo de si, por ter sido realmente útil. Pode, com propriedade, experimentar o genuíno prazer de dar, já que não existe o risco de prejudicar aquele que recebe. Aqui cabe a máxima franciscana de que ‘é dando que se recebe'”, escreveu.Poderíamos imaginar que o esforço e o tempo dedicados a fazer o bem pode nos prejudicar. Mas não são poucos os estudiosos que mostram que ajudar os outros, mesmo por meio de tarefas mais estressantes, pode acrescentar vários anos à nossa vida.Outro estudo feito na universidade de Stanford mostrou que pessoas que ajudam ao próximo são mais felizes, especialmente se não contarem a ninguém e não esperarem nada em troca. “Isso porque o altruísmo promove o desenvolvimento do senso de significado para a vida e ativa o sistema de recompensa do cérebro”, diz a neuropsicóloga Carolina Marques.Herbert Benson, professor adjunto de medicina da Faculdade de Medicina de Harvard, garante que com o altruísmo ocorre justamente o contrário do estresse. “Nós relaxamos”, afirma. O metabolismo, a pressão arterial, os batimentos cardíacos e a respiração diminuem, assim como a ansiedade, a depressão e a irritação.A oxitocina que nestes casos é liberada no nosso organismo é também conhecida por ser responsável por promover sensação de confiança, auxiliando na criação de laços nos relacionamentos de modo geral. É também produzido no parto, na amamentação e durante o orgasmo.A oxitocina é conhecida como o “hormônio do amor”, por promover a sensação de apego e confiança. A oxitocina estimula as interações sociais, promovendo a conexão e o relacionamento entre as pessoas.Assim altruísmo, fazer o bem e a oxitocina e o bem-estar estão intimamente ligados. Minha mãe sempre me dizia: – Faça o bem sem olhar a quem! e hoje eu posso incrementar a frase, acrescentando: …..que só nos faz bem…- Vamos fazer o bem sem olhar a quem, que só nos faz bem!E se por acaso nesse caminho encontrarmos espinhos, não há por que parar, pelo contrário, devemos continuar e semear flores!José Luiz Ricchetti – 16/01/2022

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Thiago Melego

Radialista e jornalista. Formado em administração de empresas, gestão de recursos humanos, MBA em negociação e vendas. Atualmente cursando Análise e Desenvolvimento de Software.

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