Família relata ‘manifestação maligna’ e diocese afasta padre João José Bezerra

A Arquidiocese de Botucatu manifestou “profundo pesar e consternação” diante do incidente ocorrido em 07 de agosto na Paróquia Nossa Senhora Consolata, em São Manuel, envolvendo o padre João José Bezerra. Em entrevista a Rádio Clube, a irmã da vítima admitiu manifestação maligna e deu detalhes sobre o ocorrido. O Arcebispo Metropolitano, Dom Maurício Grotto de Camargo, emitiu uma nota falando sobre o assunto.

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Família relata agressões e “manifestação maligna”; Igreja afasta padre e inicia apuração rigorosa

São Manuel foi abalada por um incidente de grande repercussão ocorrido na noite da última quinta-feira, 07 de agosto de 2025, durante uma missa na Paróquia Nossa Senhora Consolata. O episódio, que envolveu o padre João José Bezerra e uma fiel, gerou um boletim de ocorrência e um intenso debate sobre a conduta religiosa e a segurança nos espaços de fé.

Rosângela, mais conhecida como Bah Capais, irmã da mulher envolvida e testemunha ocular, descreveu os momentos de tensão à Thiago Melego na Rádio Clube. Segundo Bah, sua irmã, frequentadora assídua da igreja, “repousou no Espírito Santo” durante o momento do Santíssimo, um momento de tranquilidade espiritual. Contudo, ela não retornou desse repouso, e, segundo Bah, “o maligno se manifestou nela”, fazendo-a se debater no chão. Bah Capais relatou que ela e sua irmã, Goretti, tentaram contê-la, mas a vítima estava agressiva.

O padre João José Bezerra, que se apresentou no início da missa como exorcista, teria se aproximado da fiel. Bah Capais afirmou que o padre inicialmente tentou o procedimento com água benta, mas, em seguida, teria partido para a agressão física. “Ele catou ela do chão pelos cabelos, puxou ela, ergueu ela pelos cabelos e jogou ela no banco. Aí, ali no banco, ele começou a bater nela.” Bah Capais descreveu que a irmã pedia para o padre parar, afirmando que já estava bem, mas ele teria continuado. O choque dos cerca de 100 fiéis presentes foi imediato, e, segundo Bah, ninguém teve reação, pois ficaram todos “em choque”.

Para a família, a conduta do padre foi um “despreparo”. Bah Capais afirmou: “A princípio, achamos que realmente o padre não estava apto por uma missa dessas. […] Quando o inimigo se manifesta no fiel, você não pode colocar a mão na pessoa. Independente do estado que a pessoa está, você não coloca a mão na pessoa.”

O laudo médico da vítima apontou hematomas no rosto, couro cabeludo e ombro, além de um pequeno sangramento no cérebro. Bah Capais ressaltou que as marcas foram causadas pela ação do padre, e não pelo debate inicial da irmã. Ela também relatou que, após a agressão, o padre teria dito à família: “é só passar um gelo e uma tomada” e se retirado da igreja sem prestar assistência ou satisfação.

Arquidiocese de Botucatu se pronuncia e toma medidas cautelares

Em resposta ao incidente, a Arquidiocese de Botucatu divulgou uma nota oficial em 11 de agosto de 2025, assinada pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Maurício Grotto de Camargo. A nota expressa “profundo pesar e consternação” e solidariedade à fiel e seus familiares, pedindo “sinceras desculpas pelo sofrimento e pelos transtornos causados”. A Arquidiocese enfatiza que “situações de violência, de qualquer natureza, são absolutamente incompatíveis com a missão da Igreja e com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

A nota também informa que a Arquidiocese está disponibilizando “toda ajuda necessária com relação a todas as despesas médicas decorrentes deste infeliz ocorrido”. Mais importante, foi instaurado, “de imediato, procedimento interno para apuração rigorosa dos fatos, afastando cautelarmente o Pe. João José Bezerra do uso de ordem”. A Arquidiocese reitera que “colaborará integralmente com as autoridades policiais e judiciais competentes para a efetiva apuração da verdade real”.

A Polícia Civil segue investigando o caso. Até o momento, não há informações claras se a Paróquia Nossa Senhora Consolata possuía câmeras de segurança ativas no momento do incidente ou se a missa estava sendo transmitida, o que poderia ter registrado a cena. A comunidade de São Manuel permanece atenta aos desdobramentos, aguardando os resultados das investigações e do procedimento interno da Arquidiocese.

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