Fila por internação faz uma morte a cada 36 horas em bauru e deixa dezenas de pacientes à espera de vaga

Em Bauru, uma pessoa morre a cada 36 horas enquanto aguarda por vaga em hospital, segundo levantamento do Departamento de Emergência local. Em 2024, já foram 231 mortes; em 2025, 57 óbitos até junho. Lotação regional e falta de leitos agravam a crise.

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Alta demanda regional sobrecarrega hospitais e coloca vidas em risco

Um levantamento do Departamento de Emergência e Unidades de Pronto Atendimento de Bauru, no interior paulista, revela um cenário alarmante: em 2024, uma pessoa morreu a cada 36 horas na cidade enquanto esperava por uma vaga de internação hospitalar. O balanço contabiliza 231 mortes apenas no último ano. Em 2025, o quadro segue crítico, com 57 pessoas já perdendo a vida na fila de espera por leitos.

De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, até a manhã de quinta-feira (26), 48 pacientes aguardavam internação hospitalar em Bauru. Entre eles está uma idosa de 74 anos, cuja família denuncia que ela corre risco de morte após seis dias esperando por leito de UTI.

A cidade dispõe de mais de 600 leitos hospitalares e 110 de terapia intensiva. Porém, por ser polo regional de saúde e abranger 68 municípios atendidos pelo Departamento Regional de Saúde (DRS-6), Bauru recebe uma demanda muito superior à capacidade instalada. O resultado é a sobrecarga dos hospitais municipais e estaduais, agravando o tempo de espera. Muitos familiares acabam recorrendo à Justiça para tentar garantir vaga rapidamente aos seus parentes.

Na última terça-feira (24), a secretária executiva de Estado da Saúde, Priscilla Perdicaris, visitou Bauru para tratar da situação. Em entrevista, afirmou que o governo paulista vem trabalhando para agilizar a rotatividade dos leitos: “Nós estamos trabalhando exatamente para a desinstitucionalização daqueles pacientes que já estão de alta, ocupando leito nesses hospitais de alta complexidade, que são os hospitais estaduais. A ideia é que a gente consiga ainda no início da próxima semana no máximo já ter uma resposta para esses pacientes que estão na fila”, explicou a secretária.

Em nota oficial, a Prefeitura de Bauru informou que mantém diálogo com o governo estadual para tentar ampliar a oferta de vagas em hospitais de referência. A gestão também mencionou reuniões frequentes com o DRS e prevê o aumento no número de leitos assim que as obras no Hospital das Clínicas forem concluídas.

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