COLUNA DO RICCHETTI – O Jóquei que nasceu com as rédeas nas mãos

(Crônica criada e escrita por José Luiz Ricchetti – em homenagem a Roberto Penachio)

São Manuel, como tantas cidades do interior, vive de histórias sussurradas entre o café da tarde e a saudade das manhãs. Mas, vez ou outra, ela dá ao mundo não apenas histórias — dá personagens. Gente que, com a mesma simplicidade com que nasce, parte rumo ao extraordinário.

Foi assim com Roberto Penachio. Um menino da nossa terra, que trocou o chão batido de São Manuel pelas pistas vibrantes do turfe. Em 1971, ainda aprendiz, já trazia no olhar o brilho de quem não corria apenas por vitórias, mas por paixão. E foi essa paixão que o levou a firmar binômios inesquecíveis com cavalos que pareciam entender sua alma — Agente, Indaial, Of The Way…

E como esquecer o dia em que derrubou a hegemonia do lendário Albênzio Barroso? 1977. Um ano para entrar na história e no coração de quem ama o esporte. O garoto de São Manuel, com seu jeito firme e silencioso, mostrou ao Brasil que talento não tem endereço fixo — nasce onde há coragem.

Penachio não era apenas um vencedor de clássicos. Ele era o silêncio antes da largada, a confiança nas rédeas, a elegância do equilíbrio. Montou craques, desafiou gigantes, venceu taças, prêmios, e o mais difícil: o tempo. Porque quando pendurou a tala em 2005, não se despediu das pistas — apenas mudou de sela. Tornou-se mestre. Passou a formar novos jóqueis, ensinando que mais importante do que correr, é saber por que se corre.

E quando encerrou seu ciclo na escolinha, seguiu como treinador. Porque campeões de verdade nunca se aposentam — apenas mudam de função. Continuam ali, incansáveis, forjando vitórias com as mãos calejadas pela experiência e o coração aquecido pela vocação.

Hoje, ao olhar sua trajetória, não há como não sentir orgulho. Roberto Penachio é mais que um nome do turfe. É símbolo de perseverança, de entrega, de glória que não se mede apenas em números, mas em legado. E, como ele mesmo ensinou em silêncio: o troféu mais bonito é aquele que se deixa na memória dos outros.

Parabéns, Penchio. Você não é só um campeão das pistas. É um campeão da vida.

José Luiz Ricchetti – 05/06/25

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