Botucatu tem aumento de casos de coqueluche em 2025 e especialistas alertam para risco a bebês

Botucatu registra 22 casos de coqueluche em 2025, ficando atrás apenas de São Paulo e Campinas no estado. O aumento preocupa especialistas, que reforçam a necessidade da vacinação de gestantes e bebês para proteger o grupo mais vulnerável e prevenir formas graves da doença.

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Baixa cobertura vacinal contribui para alta de casos e ameaça à infância

Botucatu figura entre os municípios paulistas com maior número de casos de coqueluche registrados em 2025. Até 10 de junho, foram notificadas 22 infecções na cidade, conforme informações da Secretaria Estadual da Saúde, colocando Botucatu atrás apenas da capital São Paulo, com 109 casos, e de Campinas, com 26.

Apesar do recuo no total de casos em comparação a 2024 — quando o estado já somava 417 notificações no mesmo período —, especialistas mantêm o alerta, sobretudo para os riscos a bebês. Neste ano, a doença já provocou duas mortes no estado.

O infectologista pediátrico Marcelo Otsuka, coord. do Comitê Materno-Infantil da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que o risco para recém-nascidos segue elevado. “Tivemos um período com baixa cobertura vacinal de gestantes e crianças. Isso favoreceu o aumento de casos entre adultos jovens e crianças, que acabam transmitindo a doença aos bebês, os mais afetados”, explica.

A baixa adesão à vacinação é apontada como fator central para a persistência da coqueluche. O imunizante pentavalente deve ser aplicado em crianças aos 2, 4 e 6 meses, com reforços aos 15 meses e 4 anos. Para gestantes, a recomendação é a dTpa, a partir da 20ª semana de cada gestação.

O médico reforça que vacinar gestantes protege os recém-nascidos, que ainda não completaram o esquema vacinal. “Se voltarmos a ter coberturas vacinais baixas, estaremos comprometendo os bebês. É fundamental vacinar para evitar complicações graves e até mortes”, sentencia Otsuka.

A doença, causada pela Bordetella pertussis, é transmitida por gotículas de saliva. Os sintomas se parecem aos do resfriado comum inicialmente, mas evoluem para tosse intensa, vômitos, lesões pulmonares e possíveis complicações neurológicas e cardíacas. O tratamento com antibióticos, como a azitromicina, é mais eficaz no início do quadro; em fases avançadas, serve principalmente para evitar a transmissão.

No panorama estadual, além de Botucatu e da capital, outras cidades paulistas também registram crescimento. No país, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Rio de Janeiro concentram o maior número de casos.

Especialistas e autoridades recomendam reforço das campanhas de imunização e orientação às famílias sobre os perigos da doença. A vacinação é gratuita em todas as unidades do SUS.

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