
A estrela, a pérola, a gota de orvalho e a lágrima, reunidas, descortinavam seus véus.
Eu sou a estrela e estou acima de todas vocês, sou superior pois brilho no infinito dos céus.
Ah querida estrela, tu não passas de um ponto de luz e se não fosse o sol nem brilho tinhas

Eu sim, sou uma pérola que sai do fundo do mar para enfeitar a cabeça de reis e seios de rainhas.
Calma aí, sua perola, quem como eu, gota de orvalho, para encantar e fazer brilhar uma flor?
E tu lágrima, não tens nada aí a se opor?
Meu caro orvalho, eu como lágrima estou presente na alegria e na tristeza. Sou feita de emoção
Posso ser o soluço de um poeta ou a saudade de uma mulher. Estou presente no coração
Não preciso brilhar no céu, não alimento luxo, nem tampouco, brilho ou encanto flores
Apareço sempre quando se ri ou se chora e só sobrevivo de dores e amores
Até a face do Senhor Jesus há uns dois mil e poucos anos eu banhei
Minha lista inclui também tantos pobres e pecadores, que nem mais eu sei
Silêncio se fez…. A estrela entrou atrás de uma nuvem, a perola se trancou na sua concha e o orvalho escorreu para dentro da flor. Daqueles três primeiros, era só vergonha que se via
E a lágrima? Ah a lágrima, só sorria…
José Luiz Ricchetti – 09/02/2021