A vida tem começo, meio e fim. – Por José Luiz Richetti

Old wood pendulum flying over a green meadow with some balloons

Hoje abrindo os sites de notícias me deparei com duas informações que nos mostram que tudo tem começo, meio e fim:

– A Ford do Brasil, depois de mais de meio século produzindo carros no país, vai fechar todas as suas fábricas.

– A Magic Paula, nossa espetacular jogadora de basquete está fechando sua Ong ‘Passe de Mágica’ depois de 16 anos ajudando crianças a se iniciar no esporte.

Isso me fez refletir como tudo nesta vida é temporal, nada é eterno, nem mesmo nós seres humanos ficamos para semente. Um dia a gente deixa este mundo e segue para a eternidade, rumo a novos aprendizados.

‘C’est la vie’ como diriam os franceses.

Muitas vezes temos uma amizade e do nada vemos aquele relacionamento definhar e desaparecer no tempo.

Talvez porque o amigo passou a ter uma companheira e suas ideias mudaram e se transformaram em um novo modo de pensar do casal que não tem mais nada a ver com o seu.

Outras vezes porque o amigo mudou, ficou mais velho, vieram netos, sei lá, e surgiram o medo a insegurança ou outra dificuldade qualquer ou mudança de paradigma que fez com que ele se afastasse, se recolhesse, passasse a rejeitar os contatos sociais ou procurar por novos.

Ou porque simplesmente se encerrou um ciclo de aprendizado mútuo, e depois daquela amizade, cada um seguiu seu caminho carregando o que aprendeu com o outro….

No amor é a mesma coisa.

A maioria das pessoas, ainda hoje, relutam e lutam para manter um amor que sabem que já não existe mais e não percebem que o nosso poeta Vinicius é que tinha razão quando escreveu o verso: 

‘Que seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.’

Certa vez num desses meus fantásticos encontros espirituais que tive a sorte de ter durante uma de minhas inúmeras viagens pelo mundo, um monge chinês me disse:

– Para estar aberto a novos ensinamentos e entender os segredos da sabedoria você precisa se livrar primeiro de velhos preceitos!

Ou seja, depois daquele dia eu entendi que tudo nesta vida é passageiro e que é preciso lutar para poder ganhar, perder para poder achar, cair para poder levantar.

Enfim novos aprendizados só conseguem entrar e penetrar a nossa alma quando os antigos, que já cumpriram o seu papel, saem ou se escondem para dar lugar aos novos.

Como disse Renato Teixeira na sua linda canção ‘Tocando em frente’: ‘Cada um de nós compõe a sua própria história e, cada ser em si, carrega o dom de ser capaz, de ser feliz.’

Só temos que aprender com a natureza e compreender que tudo tem começo, meio e fim e que existe o tempo de Deus, pois só ele sabe o que é melhor para cada um de nós e em que hora, em que dia, em que ano.

Hoje percebo que a vida não é apenas um poema, que para entender toda a sua beleza e profundidade tem que ser lido até o fim.

A vida está mais para um álbum cheio de muitos versos, onde cada verso representa um momento construído e vivido, palavra a palavra.

Momentos estes, que trazem nossas lutas, nossos amores, nossas dores, nossas alegrias e com certeza nossos aprendizados.

E que por mais efêmeros que sejam, estes momentos representam experiências completas destinadas à nossa eternidade.

Mas o que tenho certeza é que, um único momento da nossa vida, que carregue com ele a beleza e o amor partilhado, justifica uma vida inteira!

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