Em conversas recentes, me vi surpreso com a visão dos vários tipos de eleitores. A questão não é se está contra ou a favor do seu candidato, mas quais são os motivos que os levam a escolher, prefeito ou vereador.
Uma pessoa me falou que “é apenas uma questão de opinião”. Não é apenas “uma questão de opinião”, é a nossa responsabilidade em decidir o destino das condições de vida de todos.
O meu voto, o teu voto, o seu voto e o nosso voto podem prejudicar a vida de muitos ou da mesma forma, melhorar a vida muitos. Nesta classificação, é difícil de separar na prática cada um, mas o que temos de levar em conta.
1) Por conveniência – Este eleitor recebe benefício, pode ser um servidor público por contrato ou em cargo de confiança. Pode ter patrocínio em seus programas de radio, jornal, revistas, sites, blogs etc. Pode ter parentes empregados e por isso vai votar no candidato. Ou porque a sua empresa pode ser contratada da prefeitura, não sabe se vai continuar com a nova administração e desta forma votar para ver se vai garantir o seu contrato.
2) Corrupto – Este Eleitor ganha com a corrupção da administração pública. É corrupto passivo ou ativo. Por isso participa da administração de forma direta ou indireta. Sabe das tramoias e não está nem aí. Quer é mais… e que venha mais benefício pra si.
3) Nilista – Esta palavra vem de nihil e significa “nada” em latim. O niilista é quem não acredita em NADA! Para ele tudo na vida é desprovido de sentido. Todos são corruptos e não faz diferença. Em outras palavras, não há sentido na politica, tanto faz se está roubando, pois o próximo também irá roubar. Ao meu ver isso promove a desesperança e não constrói coisa alguma.
4) Pseudo-apolítico – Apolítico é o cidadão que se diz não possuir idéias políticas ou as não manifesta. Na minha visão não existe apolítico. Existem pessoas que afirmam ser, mas na realidade eles não querem assumir a sua responsabilidade de cidadãos e resolvem fugir, pode ser até um alienado, todavia a sua posição não é de apolítico.
O eleitor alienado é aquele que transfere o seu direito para o domínio do outro. Quer dizer que é uma pessoa que abre mão do seu direito de decisão para que outros o façam. É por isso que existem aqueles que definem alienados como doidos.
5) Partidário – Este eleitor é aquele que vive da posição e interesse do partido ou de um grupo político. Não importa a verdade ou a mentira, o justo ou injusto. O importante é o que o partido ou o grupo interessa, simplesmente segue a cartilha.
6) Idealista – Este eleitor é aquele que defende as suas ideias. Não quer dizer propriamente dele, todavia defende valores, princípios e uma visão de mundo. Tudo está debaixo disto e é julgado por este idealismo. Todos tem uma ideologia, seja para o bem ou para o mal, seja sistematizada ou tenha uma ideologia não estruturada, mas todos a possuem. O verdadeiro idealista sabe o que defende e não abre mão por benefício algum. Em outras palavras não vende a sua consciência.
7) Perdido – Apesar de se confundir um pouco com o eleitor corrupto, ainda assim tem suas particularidades. Este é o eleitor que vai atras de candidatos a vereador ou a prefeito e fica pedindo para pagar a sua conta de luz, água e se brincar, pede para pagar até a pensão das crianças. Se corrompe e corrompe o candidato por pouca coisa. Chegam até a vender o voto e a sua consciência.
8) Consciente – Sabe o valor do seu voto. Procura se informar e usa a informação para construir e promover a sua atitude de construção do voto. Pode ser de um partido ou não. Ele opta pelo que é certo e justo. Não vai votar em alguém só pra agradar ou porque poderá receber algum benefício. Não entra em extremos e não abre mão dos seus valores.
Ano que vem temos eleições e vale a pena, refletir que tipo de eleitor é você.

SOBRE O AUTOR:
Pedro Luiz Biandan, casado com Márcia Cristina Montanholi Biandan, 53 anos, formado em Administração de Empresas com Ênfase em Comércio Exterior, foi professor do ensino médio, vice prefeito de São Manuel entre 2013 e 2016, cartorário por 28 anos.