Processo de destilação separa e descarta o metanol, garantindo a qualidade do produto final
Em entrevista à Rádio Clube nesta terça-feira, 14 de outubro, a produtora da Água Benta Cachaça, Giovana Bronzatto, que é formada em Engenharia Bioquímica com mestrado e doutorado em produção de etanol, esclareceu o processo de fabricação da cachaça artesanal e garantiu a segurança do método contra a contaminação por metanol.
Diante da preocupação gerada por recentes casos de adulteração de bebidas com metanol, Giovana detalhou as etapas da produção, que sua empresa controla 100%. Ela explicou que o metanol pode ser gerado em pequenas quantidades durante a fermentação do caldo de cana, mas é na destilação que a segurança é garantida.
O processo ocorre em um alambique de cobre, onde o mosto fermentado é aquecido. “Esse metanol, que é um álcool de um carbono só, então ele é menorzinho do que o etanol, […] ele vai sair primeiro nesse processo de destilação”, explicou. Essa primeira parte, chamada de “cabeça”, corresponde a cerca de 10% do líquido e é totalmente descartada. “Ela não é ideal para o consumo”, reforçou.
Após a retirada da “cabeça”, o que evapora é o etanol, que constitui o “coração” da cachaça, a parte nobre e segura para consumo. Os 10% finais, chamados de “cauda”, que contêm álcoois superiores, também são descartados.
Giovana diferenciou esse método cuidadoso da prática criminosa que causou as intoxicações recentes, onde pessoas estariam comprando etanol de posto de combustível — que por sua vez estaria adulterado com altas e ilegais doses de metanol — e misturando-o em bebidas para venda. “Essa nós garantimos que não tem”, finalizou, referindo-se à sua cachaça e ao processo artesanal correto.
Acompanhe a entrevista completa pelo link: https://www.youtube.com/live/79wEqL-_b6w?si=olpc-rOqzd2sLxGD&t=7920