CRÔNICA COLOMBINA E PIERROT

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cabeca-ricchetti CRÔNICA COLOMBINA E PIERROT

Era a semana do carnaval e lá estávamos nós, os amigos de infância, na Patota, bar em que nos reuníamos na nossa cidade natal, na época de adolescência, lá pelos idos de 1968 e estávamos tomando algumas cervejinhas, e jogando conversa fora.

Screenshot_20230322_000551_Gallery-300x200 CRÔNICA COLOMBINA E PIERROT

Não preciso dizer que a maior parte da nossa conversa girava em torno das ‘meninas de fora’ que viriam para o Carnaval, como acontecia todos os anos, e lá estávamos nós, prontos para paquerá-las e quem sabe até namorá-las. 


Embora o normal era ‘ficarmos’, palavra que somente muitos anos mais tarde veio a se definir como o ato de namorar sem compromisso. Assim podíamos dizer, que nessa época, durante o carnaval éramos todos ‘ficantes’.


As meninas de fora eram as filhas, primas e amigas dos fazendeiros de café, normalmente grandes latifundiários, do qual a cidade tinha muitos, e que habitualmente residiam em São Paulo e só frequentavam a cidade nos feriados, no carnaval e nas férias de verão. 


Eu já tinha esbarrado, alguns dias antes, com uma turma dessas meninas e já havia me identificado, através de uma inocente troca de olhares, com uma linda morena, magra, cabelos encaracolados e olhos castanhos claros. 


Nossos olhares se cruzaram e tinha sido impossível não perceber nela, o sorriso maroto, de canto de lábio, seguido pelo cochicho com sua amiga ao lado, indicações claras de quem também tinha se interessado.


Aquela troca de olhares e de sorrisos, eram os primeiros sinais de que naquele carnaval eu, um Pierrot adolescente, poderia ter encontrado a minha Colombina. 


Acabei comentado isso com os amigos e claro lá veio muita gozação. Eles disseram: 

– Você? Você é amarradão na sua ex-namorada! Duvido que consiga ficar com essa morena pela qual, pelo visto, você está babando! 

Normalmente no início das férias de verão, nós todos, costumávamos brigar com as namoradas, visando exatamente aproveitar o período de férias e assim poder ficar com as meninas que vinham de fora. 


Nunca perguntei a nenhuma dessas meninas, mas acredito que o mesmo deveria acontecer com elas. Imagino que elas também tinham seus namorados em São Paulo e durante esse período, quando vinham para o interior passar as férias, deixavam eles também em stand by ou seja literalmente em férias.


Nossa cidade naquele tempo, podemos dizer, tinha algo parecido com o tal ‘Spring Break’ que os estudantes americanos curtem, quando vão para Cancum, no México, para passar uma semana durante a primavera. 

Foi através do ‘Spring Brake’ que esses adolescentes americanos cunharam a famosa frase: ‘O que se faz em Cancum fica em Cancum’, justamente para se liberarem de qualquer compromisso, durante esses dias de férias no México. Assim todos que para lá vão, curtem o verbo ‘ficar’ e depois todos se esquecem de tudo o que aconteceu, assim que pisam no avião de volta, para os USA.


Acho que podemos dizer que, nessa época, em São Manuel, minha cidade natal, durante as férias e o carnaval, tanto para nós como as meninas de fora, se poderia usar esse mesmo ditado. Acredito que mesmo não sendo de uma forma explícita, o ditado dos americanos ele estava lá, fixado nas nossas mentes de adolescentes: “O que se faz São Manuel, fica em São Manuel”. 


Bem, finalmente, chegou o tão esperado primeiro dia de carnaval, e lá estávamos nós fazendo o nosso ‘esquenta’ bebendo umas cervejas, durante a tarde, no mesmo bar, perto do jardim, quando aquela mesma esguia morena, dona de um dos mais lindos sorrisos que tinha visto, passou na nossa frente, com o seu grupo de amigas.


Elas iam em direção a ‘sorveteria do Chiquinho’, que ficava bem ao lado do bar. Essa sorveteria era famosa por seus deliciosos sorvetes, de frutas naturais principalmente e não havia quem visitasse a cidade que não passasse por lá para saborear um dos seus diversos sabores. 

Eu não podia perder aquela oportunidade e então sai correndo do bar e fui até a sorveteria, para disfarçadamente comprar um sorvete, mas lógico com o principal objetivo de ver minha nova musa. 


Logo que entrei, dei de cara com aquele seu lindo rosto e indescritível sorriso. Acho que foi ali, ao vê-la, pela segunda vez, com aquele sorriso cativante, que me apaixonei…


Ela me viu, percebi que seus olhos também brilharam, quando encontraram os meus.

Recebi meu sorvete, olhei novamente para ela e pude vê-la disfarçar o olhar dando uma leve lambida no sorvete. 

Em seguida eu, já meio sem jeito, tomei o rumo da saída da sorveteria, quando ela, mais afoita, parou bem na minha frente e disse:

– Oi tudo bem?

– Tudo bem e você? Respondi, quase gaguejando e vermelho de vergonha…

– Qua..Qua…Qual o seu nome? Perguntei

– Colombina. Respondeu ela rindo…… E o seu?

– Pierrot, disse eu, rindo também…

Todos em volta, riram, em função daquele diálogo inusitado e eu, já meio cheio de coragem, emendei:

– Te vejo hoje à noite no baile então, minha linda Colombina.

Ela sorriu e respondeu:

– Sem dúvida meu lindo Pierrot! 

E saiu acompanhada das amigas…. Todas olhando para trás e rindo daquela situação…


O resto do dia demorou para passar. A morena tomou conta dos meus pensamentos e fiquei assim nervoso e ansioso até chegar a hora do baile.

Veio a primeira noite e depois as demais noites até a Quarta-Feira de Cinzas, e não preciso dizer que passamos, todas elas, literalmente colados um ao outro, sem nos largar, um só minuto. 


Nunca chegamos a usar uma fantasia de Colombina ou Pierrot, mas acho que provavelmente, ela ficou em nossos pensamentos, desde aquelas primeiras trocas de palavras, naquele dia na sorveteria. 

Recordo que num dos dias, no domingo de carnaval, eu estava fantasiado de prisioneiro, mas a fantasia dela eu sinceramente não me lembro, mas posso dizer que nunca me esqueci do seu lindo sorriso, da sua ternura, da sua rara beleza….


Os dias de carnaval passaram muito rápido, e como tudo que é bom acaba cedo. 


Compartilhamos cada noite e ficamos ali, nos dias de carnaval, como um verdadeiro casal de apaixonados. Encarnamos definitivamente naqueles quatro dias e quatro noites a própria Colombina e o Pierrot.

Hoje escrevendo este texto fica impossível não me lembrar das inúmeras marchinhas que dançamos juntos, naqueles dias inesquecíveis:

-‘Se você pensa que cachaça é água….’

– ‘Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é…..’

– ‘Ô abre alas que eu quero passar…..’

-‘Mamãe eu quero, mamãe eu quero…… mamãe eu quero mamar! ‘

– ‘Ôôôô, Aurora…. Veja só que bom que era…. Ôôôô, Aurora!’

– ‘Ei, você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí!’

A música que mais curtimos foi Máscara Negra porque seus versos traduziam muito bem aquele nosso carnaval de adolescentes e sua letra era muito sugestiva, em relação a aproveitar os quatro dias para ficar…

Foi bom te ver outra vez

Está fazendo um ano

Foi no carnaval que passou

Eu sou aquele Pierrô

Que te abraçou e te beijou, meu amor

Na mesma máscara negra

Que esconde o teu rosto

Eu quero matar a saudade

Vou beijar-te agora

Não me leve a mal

Hoje é carnaval……

Me lembro também de que no final de cada noite, onde sempre havia aqueles momentos mais tranquilos, em que a banda tocava músicas mais lentas como ‘As Pastorinhas’, ‘Bandeira branca’, e tantas outras…


Era neste momento, que curtíamos, apesar de cansados, dançar de corpos colados, abraçados e bem juntinhos e nos beijarmos.


Passamos aquele carnaval juntos, mas por mais incrível que possa parecer, nunca nos apresentamos, nem dissemos um ao outro, nossos nomes verdadeiros. Sabíamos os nomes, pelos amigos, mas o tempo todo nos tratamos, de “Minha Colombina” e de “Meu Pierrot”. 


O Carnaval acabou, ela se foi e nunca mais a vi. 


Alguns anos depois soube que estava no segundo casamento e tinha filhos, como eu. Acabamos nos vendo, mas tudo era muito diferente…O tempo tinha nos engolido, assim como aquele lindo amor de Colombina e Pierrot.


Hoje, prefiro fechar os olhos e me transportar para aqueles dias de carnaval para poder ver bem nítida aquela luz dos seus olhos e o doce sorriso enfeitando seus lábios. Curioso que até pareço sentir, na boca, aquele mesmo sabor, dos seus doces beijos… 

Enfim, de tudo isso, sempre ficam gravadas as experiências. Assim, desde aqueles dias, apesar de ser ainda muito jovem, eu aprendi que:


– Existem momentos que se tornam especiais, independentemente do tempo que duram. 

– Existem pessoas, que precisamos nos lembrar, para não esquecer, mas, existem outras que são impossíveis de esquecer.

– O valor dos acontecimentos, não está necessariamente no tempo que duram, mas na intensidade com que acontecem. 


É por isso que sempre, procuro não esquecer, não importa quanto tempo já se passou, todos aqueles acontecimentos inesquecíveis que vivi, as coisas inexplicáveis que me aconteceram e as pessoas incomparáveis que compartilharam comigo, momentos ímpares na vida. 

Tem uma frase de Marchi, que reflete muito bem tudo isso:


“É impossível passar pela vida sem ter um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e um amor inesquecível. ”


José Luiz Ricchetti – 09/09/2020

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Era a semana do carnaval e lá estávamos nós, os amigos de infância, na Patota, bar em que nos reuníamos na nossa cidade natal, na época de adolescência, lá pelos idos de 1968 e estávamos tomando algumas cervejinhas, e jogando conversa fora.

Screenshot_20230322_000551_Gallery-300x200 CRÔNICA COLOMBINA E PIERROT

Não preciso dizer que a maior parte da nossa conversa girava em torno das ‘meninas de fora’ que viriam para o Carnaval, como acontecia todos os anos, e lá estávamos nós, prontos para paquerá-las e quem sabe até namorá-las. 


Embora o normal era ‘ficarmos’, palavra que somente muitos anos mais tarde veio a se definir como o ato de namorar sem compromisso. Assim podíamos dizer, que nessa época, durante o carnaval éramos todos ‘ficantes’.


As meninas de fora eram as filhas, primas e amigas dos fazendeiros de café, normalmente grandes latifundiários, do qual a cidade tinha muitos, e que habitualmente residiam em São Paulo e só frequentavam a cidade nos feriados, no carnaval e nas férias de verão. 


Eu já tinha esbarrado, alguns dias antes, com uma turma dessas meninas e já havia me identificado, através de uma inocente troca de olhares, com uma linda morena, magra, cabelos encaracolados e olhos castanhos claros. 


Nossos olhares se cruzaram e tinha sido impossível não perceber nela, o sorriso maroto, de canto de lábio, seguido pelo cochicho com sua amiga ao lado, indicações claras de quem também tinha se interessado.


Aquela troca de olhares e de sorrisos, eram os primeiros sinais de que naquele carnaval eu, um Pierrot adolescente, poderia ter encontrado a minha Colombina. 


Acabei comentado isso com os amigos e claro lá veio muita gozação. Eles disseram: 

– Você? Você é amarradão na sua ex-namorada! Duvido que consiga ficar com essa morena pela qual, pelo visto, você está babando! 

Normalmente no início das férias de verão, nós todos, costumávamos brigar com as namoradas, visando exatamente aproveitar o período de férias e assim poder ficar com as meninas que vinham de fora. 


Nunca perguntei a nenhuma dessas meninas, mas acredito que o mesmo deveria acontecer com elas. Imagino que elas também tinham seus namorados em São Paulo e durante esse período, quando vinham para o interior passar as férias, deixavam eles também em stand by ou seja literalmente em férias.


Nossa cidade naquele tempo, podemos dizer, tinha algo parecido com o tal ‘Spring Break’ que os estudantes americanos curtem, quando vão para Cancum, no México, para passar uma semana durante a primavera. 

Foi através do ‘Spring Brake’ que esses adolescentes americanos cunharam a famosa frase: ‘O que se faz em Cancum fica em Cancum’, justamente para se liberarem de qualquer compromisso, durante esses dias de férias no México. Assim todos que para lá vão, curtem o verbo ‘ficar’ e depois todos se esquecem de tudo o que aconteceu, assim que pisam no avião de volta, para os USA.


Acho que podemos dizer que, nessa época, em São Manuel, minha cidade natal, durante as férias e o carnaval, tanto para nós como as meninas de fora, se poderia usar esse mesmo ditado. Acredito que mesmo não sendo de uma forma explícita, o ditado dos americanos ele estava lá, fixado nas nossas mentes de adolescentes: “O que se faz São Manuel, fica em São Manuel”. 


Bem, finalmente, chegou o tão esperado primeiro dia de carnaval, e lá estávamos nós fazendo o nosso ‘esquenta’ bebendo umas cervejas, durante a tarde, no mesmo bar, perto do jardim, quando aquela mesma esguia morena, dona de um dos mais lindos sorrisos que tinha visto, passou na nossa frente, com o seu grupo de amigas.


Elas iam em direção a ‘sorveteria do Chiquinho’, que ficava bem ao lado do bar. Essa sorveteria era famosa por seus deliciosos sorvetes, de frutas naturais principalmente e não havia quem visitasse a cidade que não passasse por lá para saborear um dos seus diversos sabores. 

Eu não podia perder aquela oportunidade e então sai correndo do bar e fui até a sorveteria, para disfarçadamente comprar um sorvete, mas lógico com o principal objetivo de ver minha nova musa. 


Logo que entrei, dei de cara com aquele seu lindo rosto e indescritível sorriso. Acho que foi ali, ao vê-la, pela segunda vez, com aquele sorriso cativante, que me apaixonei…


Ela me viu, percebi que seus olhos também brilharam, quando encontraram os meus.

Recebi meu sorvete, olhei novamente para ela e pude vê-la disfarçar o olhar dando uma leve lambida no sorvete. 

Em seguida eu, já meio sem jeito, tomei o rumo da saída da sorveteria, quando ela, mais afoita, parou bem na minha frente e disse:

– Oi tudo bem?

– Tudo bem e você? Respondi, quase gaguejando e vermelho de vergonha…

– Qua..Qua…Qual o seu nome? Perguntei

– Colombina. Respondeu ela rindo…… E o seu?

– Pierrot, disse eu, rindo também…

Todos em volta, riram, em função daquele diálogo inusitado e eu, já meio cheio de coragem, emendei:

– Te vejo hoje à noite no baile então, minha linda Colombina.

Ela sorriu e respondeu:

– Sem dúvida meu lindo Pierrot! 

E saiu acompanhada das amigas…. Todas olhando para trás e rindo daquela situação…


O resto do dia demorou para passar. A morena tomou conta dos meus pensamentos e fiquei assim nervoso e ansioso até chegar a hora do baile.

Veio a primeira noite e depois as demais noites até a Quarta-Feira de Cinzas, e não preciso dizer que passamos, todas elas, literalmente colados um ao outro, sem nos largar, um só minuto. 


Nunca chegamos a usar uma fantasia de Colombina ou Pierrot, mas acho que provavelmente, ela ficou em nossos pensamentos, desde aquelas primeiras trocas de palavras, naquele dia na sorveteria. 

Recordo que num dos dias, no domingo de carnaval, eu estava fantasiado de prisioneiro, mas a fantasia dela eu sinceramente não me lembro, mas posso dizer que nunca me esqueci do seu lindo sorriso, da sua ternura, da sua rara beleza….


Os dias de carnaval passaram muito rápido, e como tudo que é bom acaba cedo. 


Compartilhamos cada noite e ficamos ali, nos dias de carnaval, como um verdadeiro casal de apaixonados. Encarnamos definitivamente naqueles quatro dias e quatro noites a própria Colombina e o Pierrot.

Hoje escrevendo este texto fica impossível não me lembrar das inúmeras marchinhas que dançamos juntos, naqueles dias inesquecíveis:

-‘Se você pensa que cachaça é água….’

– ‘Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é…..’

– ‘Ô abre alas que eu quero passar…..’

-‘Mamãe eu quero, mamãe eu quero…… mamãe eu quero mamar! ‘

– ‘Ôôôô, Aurora…. Veja só que bom que era…. Ôôôô, Aurora!’

– ‘Ei, você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí!’

A música que mais curtimos foi Máscara Negra porque seus versos traduziam muito bem aquele nosso carnaval de adolescentes e sua letra era muito sugestiva, em relação a aproveitar os quatro dias para ficar…

Foi bom te ver outra vez

Está fazendo um ano

Foi no carnaval que passou

Eu sou aquele Pierrô

Que te abraçou e te beijou, meu amor

Na mesma máscara negra

Que esconde o teu rosto

Eu quero matar a saudade

Vou beijar-te agora

Não me leve a mal

Hoje é carnaval……

Me lembro também de que no final de cada noite, onde sempre havia aqueles momentos mais tranquilos, em que a banda tocava músicas mais lentas como ‘As Pastorinhas’, ‘Bandeira branca’, e tantas outras…


Era neste momento, que curtíamos, apesar de cansados, dançar de corpos colados, abraçados e bem juntinhos e nos beijarmos.


Passamos aquele carnaval juntos, mas por mais incrível que possa parecer, nunca nos apresentamos, nem dissemos um ao outro, nossos nomes verdadeiros. Sabíamos os nomes, pelos amigos, mas o tempo todo nos tratamos, de “Minha Colombina” e de “Meu Pierrot”. 


O Carnaval acabou, ela se foi e nunca mais a vi. 


Alguns anos depois soube que estava no segundo casamento e tinha filhos, como eu. Acabamos nos vendo, mas tudo era muito diferente…O tempo tinha nos engolido, assim como aquele lindo amor de Colombina e Pierrot.


Hoje, prefiro fechar os olhos e me transportar para aqueles dias de carnaval para poder ver bem nítida aquela luz dos seus olhos e o doce sorriso enfeitando seus lábios. Curioso que até pareço sentir, na boca, aquele mesmo sabor, dos seus doces beijos… 

Enfim, de tudo isso, sempre ficam gravadas as experiências. Assim, desde aqueles dias, apesar de ser ainda muito jovem, eu aprendi que:


– Existem momentos que se tornam especiais, independentemente do tempo que duram. 

– Existem pessoas, que precisamos nos lembrar, para não esquecer, mas, existem outras que são impossíveis de esquecer.

– O valor dos acontecimentos, não está necessariamente no tempo que duram, mas na intensidade com que acontecem. 


É por isso que sempre, procuro não esquecer, não importa quanto tempo já se passou, todos aqueles acontecimentos inesquecíveis que vivi, as coisas inexplicáveis que me aconteceram e as pessoas incomparáveis que compartilharam comigo, momentos ímpares na vida. 

Tem uma frase de Marchi, que reflete muito bem tudo isso:


“É impossível passar pela vida sem ter um segredo inconfessável, um arrependimento irreversível, um sonho inalcançável e um amor inesquecível. ”


José Luiz Ricchetti – 09/09/2020

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