Feliz Páscoa – Um pouco de sua história, por José Luiz Ricchetti

Feliz Páscoa – Um pouco de sua história, por José Luiz Ricchetti

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A palavra “Páscoa”, em hebreu “Peschad”, em grego “Paskha” e em latim “Pache”. A Páscoa sempre representou a passagem de um tempo de trevas para um tempo de luz, muito antes de ser considerada a principal festa cristã.

Páscoa significa passagem, a transição anunciada pelo equinócio de primavera (o fim do inverno e a chegada da primavera) que no hemisfério norte ocorre em março e no hemisfério sul em setembro.

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A Páscoa judaica também está associada ao período de transição, de passagem e recorda a libertação do povo de Israel do Egito, conforme o livro Êxodo.

A Páscoa cristã tem origem, na festa judaica, porém com um significado diferente. Enquanto para o judeu representa a libertação do povo de Israel no Egito, para o cristão ela representa a morte e ressurreição de Jesus.

Porém em ambos os casos a Páscoa celebra a libertação do povo de Deus, ou seja, a sua passagem da escravidão para a liberdade.

Para entendermos melhor o significado da Páscoa cristã, é necessário voltarmos para a Idade Média onde os antigos povos pagãos europeus, nesta época do ano, homenageavam Ostera, ou Esther (Easter, em inglês Páscoa).

Ostera é a Deusa da Primavera, que na sua simbologia é representada segurando um ovo em sua mão e observando um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus.

A Deusa Ostera e o ovo eram assim, na Idade Média, os dois símbolos da chegada de uma nova vida.

Estes antigos povos pagãos comemoravam a chegada da primavera decorando ovos e o costume de decorá-los para dar de presente na Páscoa surgiu na Inglaterra, no século X, durante o reinado de Eduardo I, o qual tinha o hábito de banhar ovos em ouro e ofertá-los para os seus amigos e aliados.

O ovo é um destes símbolos que contém o início, o fruto da vida, que representa o nascimento, o renascimento, a renovação, ou seja, é o símbolo da vida.

Os celtas, gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações acreditavam que o mundo havia nascido de um ovo:

Na Índia, acredita-se que uma gansa de nome Hamsa (“Sopro Divino”), chocou um ovo cósmico que foi dividido em duas partes, dando origem ao céu e a terra, onde o céu é a clara, e a terra a gema.

Na China, antes do surgimento do mundo, um ovo semelhante ao de uma galinha se abriu e, da parte pesada, a gema, surgiu a terra (yin) e, da parte leve, a clara, nasceu o céu (yang).

Para os celtas, o tal ovo cósmico é um ovo de serpente que contém a representação do universo, onde a gema representa o globo terrestre, a clara o firmamento e atmosfera e a casca equivale a esfera celeste e seus astros.

Já na tradição cristã, o ovo aparece sempre como a renovação periódica da natureza.

Em muitos países europeus, ainda hoje existe a crença de que, comer ovos no domingo de Páscoa traz muita saúde e sorte durante todo o resto do ano.

E o Coelhinho da Páscoa?

Sabemos que coelhos não colocam ovos, mas essa tradição foi trazida à América por imigrantes alemães em meados de 1700, quando o coelhinho “visitava” as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa.

A origem da imagem do coelho na Páscoa vem da enorme fertilidade que os coelhos possuem, pois geralmente eles geram rapidamente grandes ninhadas.

Assim, os coelhos são vistos como verdadeiros símbolos de renovação e início de uma nova vida.

Além disso temos também outros símbolos importantes da Páscoa:

O Cordeiro que é um dos principais símbolos de Jesus, pois Ele é considerado como tendo sido sacrificado em favor do seu povo durante a Páscoa.

Segundo essa simbologia Deus teria enviado as 10 pragas do Egito sobre o povo egípcio e antes da décima praga, o profeta Moisés foi instruído a pedir que cada família sacrificasse um cordeiro e sinalizasse suas portas com o seu sangue, para que assim eles não tivessem seus filhos primogênitos mortos.

Jesus, desse modo, pela fé cristã, é o Cordeiro de Deus (em latim: Agnus Dei) que foi imolado para salvação e libertação de todos do pecado.

Para isso, Deus teria designado sua morte exatamente no dia da Páscoa judaica para criar o paralelo entre a aliança antiga, no sangue do cordeiro imolado, e a nova aliança, no sangue do próprio Jesus também imolado.

A Cruz também é considerada outro símbolo pascal, pois ela mistifica todo o significado da Páscoa, na ressurreição e no sofrimento de Jesus. A cruz passou a ser assim o símbolo oficial do cristianismo e não somente como um símbolo da Páscoa, mas o símbolo maior da fé católica.

O Pão e o Vinho simbolizam a vida eterna, o corpo e o sangue de Jesus, oferecido aos seus discípulos, conforme vemos no Evangelho segundo Mateus:

 “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos seus discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Depois tomou o cálice, rendeu graças e o deu a seus discípulos dizendo: Tomai e bebei, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova e eterna Aliança, que é derramado por vós para a remissão dos pecados “.

Como me disse hoje cedo, a Karina, minha filha de cinco anos, ao me dar um beijo e um abraço: 

“Pai, você sabia que quando a gente abraça a gente une os corações? ” 

Assim, meus amigos, se sintam abraçados e unidos pelo coração e que os ovos da abundância e o cordeiro da paz e da saúde estejam com todos vocês,

Feliz Páscoa!

José Luiz Ricchetti – 02/04/2021

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thiagomelego

Jornalista por tempo de serviço, Radialista, Administrador, tecnólogo em Recursos Humanos. Estuda Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

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