O melhor presente de Natal. – Por José Luiz Ricchetti

O melhor presente de Natal. – Por José Luiz Ricchetti

AFB09D70-FB00-4BAB-B67C-07FFF893E8F5 O melhor presente de Natal. - Por José Luiz Ricchetti

Acredito que todos nós quando éramos crianças, sempre tivemos várias curiosidades sobre o Papai Noel.

A maior delas, que sempre me intrigou, quando eu tinha uns 8 ou 9 anos de idade, era saber como o Papai Noel conseguia entregar todos os presentes, para todas as crianças, exatamente à meia noite, nomesmo dia. 

Sempre me deram explicações, que nunca me convenceram!

Hoje, se minha filha me perguntasse como o Papai Noel faz isso provavelmente eu lhe responderia algo também não muito convincente.

Talvez eu dissesse: 

– “Filha ele é o Papai Noel, ele consegue! “

O fato é que qualquer que seja a explicação que possamos dar, com certeza, não conseguiremos explicar e as crianças continuarão com suas dúvidas.

Como estamos na era dos ‘Smart Phones’ e da Internet, com certeza uma resposta como esta minha, só irá resultar em mais curiosidade e provavelmente as crianças farão uma consulta ao Google’, procurando a resposta. 

A história mais bacana que ouvi sobre isso, quando ainda era uma criança e que nunca esqueci, me foi contada por um querido tio avô, a qual compartilho com vocês:

“Em uma grande cidade havia uma criança que fez esta mesma pergunta aos seus pais e não contente com as respostas foi lá e clicou no Google.

Logo apareceu um link cujo título era: ‘Fale com o Papai Noel’. 

Clicando no link ela foi direcionada à uma página que tinha um formulário, para preencher, com uma mensagem, a ser enviada para o Papai Noel. 

O menino não perdeu tempo, escreveu a sua mensagem e deu um ‘Enter’.

Foi aí que tudo começou……

Assim que enviou a mensagem as luzes do seu quarto começaram a piscar e logo se apagaram. 

Em seguida, como se fosse um relâmpago, elas voltaram a se acender, mas agora como um feixe de inúmeras luzes, numa mistura infinita de cores,explodindo no teto e nas paredes, encobrindototalmente a sua visão. 

Ainda assustado e ofuscado pelo feixe de luxes, ele tentou enxergar, até que conseguiu abrir os olhos e viu que não estava mais em sua casa.

Quando a sua vista se acostumou com a imensaclaridade, a primeira coisa que viu foi uma placa na parede, escrito ‘Oficina do Papai Noel’….

Continuou olhando a sua volta e percebeu que estava em um prédio antigo e dentro de um imenso salão onde podia ver centenas de duendes trabalhando. 

Quando um daqueles duendes, viu aquele menino, ali, bem na sua frente, gritou:

– Ei pessoal, deu certo! 

– Eu não falei que se a gente colocasse um formulário no site ao invés de trabalhar com cartas e o correio a coisa iria funcionar?

Logo um segundo duende retrucou:

– Sim, mas por acaso era para esse seu ‘bendito formulário’ trazer crianças para cá?

Em seguida um terceiro duende replicou:

-Vejam bem, não era o que deveria acontecer, mas é válido!

Um outro ainda disse:

– Afinal não deixa de ser uma experiência interessante com o nosso público-alvo!

A partir daquele momento, vários outros duendes cercaram aquela criança, até que o levaram à uma outra sala, que parecia ser um auditório de conferências.

Naquela sala, havia uma parede com um grande“Mapa “Mundi’, cheio de luzes acesas, que indicavam, cada um dos inúmeros lares, de todas crianças do mundo. 

Os duendes então, acomodaram o menino em uma das cadeiras e começaram a conversar animadamente com ele:

– O que podemos fazer para lhe ajudar?  Perguntou um deles.

– Eu queria saber como o Papai Noel consegue entregar todos os brinquedos numa única noite, respondeu o menino.

Um dos duendes saltou da cadeira e disse:

– Veja bem garoto, esquece essa coisa de entrega, o segredo do sucesso está no meu planejamento e em manter os endereços atualizados de todas as nossas crianças!

– Que bobagem! Disse um outro duende, responsável pela área de Logística. 

– Meu amiguinho, o detalhe aqui é o seguinte, a entrega é a parte mais importante do Natal. 

– Eu trabalho 365 dias por ano ajustando os trenós, mantendo as renas alimentadas e exercitadas e tenho um controle rigoroso da linha de produção trabalhando em conjunto com a logística……

Numa dessas, entrou também na sala o duende da área de Recursos Humanos e foi logo questionando:

– E as pessoas? S e esqueceram? Quem cuida delas? Sou eu! 

– Eu é que coordeno milhares de duendes que atuam em perfeita harmonia e estão constantemente motivados para que tudo dê certo…. 

Em seguida apareceu o duende do Financeiro, depois o de Compras, e vários outros, todos querendo dizer e afirmar que a sua área é que era a mais importante…

Lá pelas tantas, quando não cabia mais duendes na sala, tentando cada um deles, convencer o menino da importância do seu trabalho e de sua área, o alto-falante da fábrica soa, e a voz, da secretária do Papai Noel, soa, através do sistema de som:

– Atenção duendes da segurança, tragam imediatamente o garoto para a sala do Papai Noel!

Os seguranças rapidamente resgataram o menino da sala de conferências, o tirando do meio, de todos aqueles duendes e o conduziram até uma outra sala, onde se via apenas uma grande mesa de madeira, no centro. 

Na parede, haviam fotos de diversos natais, festas de confraternizações nas oficinas, e várias anotações. 

Em um dos cantos, podia se notar sacos de cartas de crianças e em cima da mesa, alguns papéis, canetas, memorandos e outras coisas do Papai Noel.

Enquanto o menino ainda olhava para o resto da sala, uma mão lhe tocou no ombro e com um grande susto ele se virou e viu que era o Papai Noel.

– Oi, tudo bem com você meu filho? Disse, o Papai Noel.

– Tudo bem, respondeu o garoto, ainda meio perdido.

– Fique à vontade, disse o Papai Noel, a casa é sua!

O menino então se acalmou e finalmente tomado de coragem fez a pergunta que tanto o angustiava:

– Papai Noel, como o senhor consegue entregar os presentes para todas as crianças do mundo exatamente no mesmo dia, à meia-noite?

– Ah meu filho, apesar dos meus duendes terem se empolgado um pouco, todos eles falaram a verdade. 

– Olhe bem aqui neste painel da parede, deixa eu lhemostrar um pouco do que cada departamento faz.  

Então um enorme painel digital se abriu na parede da sala e o Papai Noel começou a mostrar como cada departamento fazia sua parte, de maneira harmoniosa e com igual importância.

Explicou que os presentes eram todos preparados para entrar, não em um trenó, mas em milhares deles, para que os duendes pilotos percorressem o mundo e distribuíssem os presentes.

O menino ouviu a explicação e com cara de decepcionado comentou:

– Então não é você Papai Noel que entrega os nossos presentes?

Sem responder mais nada o Papai Noel falou:

– Vem cá comigo meu filho, eu vou lhe mostrar o que eu faço.

O Papai Noel então levou o garoto até a um enorme hangar, onde vários duendes já partiam para diversos pontos do mundo, com seus trenós, cheios de presentes. 

O Papai Noel pegou o menino pela mão e se dirigiu para a plataforma principal, onde estava estacionado um enorme e lindo trenó. 

O velhinho acomodou o menino no banco do passageiro e subiu no trenó. Era quase meia-noite quando os dois partiram.

Após alguns segundos de viagem, chegaram a uma grande metrópole. Lá, um velhinho dormia na rua, passando frio, abraçado a uma garrafa de bebida barata. A rua estava fria, feia e triste, com muita pouca luz.

Papai Noel desceu do trenó e tocou de leve na cabeça do mendigo, que se levantou e após alguns instantes, com o rosto transfigurado e um belo sorriso, atravessou a avenida e se dirigiu a um albergue, que havia do outro lado….

Papai Noel subiu no trenó e acelerou de novo. O trenó subiu, subiu, subiu até um ponto muito alto da cidade, e desceu na cobertura de um prédio.

Lá dentro, da sofisticada cobertura, se podia ver um senhor, aparentando ter uma idade avançada, com roupas caras, instalado em seu enorme apartamento, rodeado de quadros caros, esculturas raras e talheres de prata. 

Pelas características, se via que era um homem muito rico. Ele jantava sozinho, uma ceia, que parecia ter sido feita para um batalhão de pessoas, tal a fartura e quantidade de comes e bebes. 

Papai Noel se aproximou do homem e tocou-lhe de leve no lado esquerdo do peito. No mesmo instante o senhor se levantou da mesa, com olhar determinado, chamou vários dos seus empregados e pediu que juntassem toda aquela ceia, em cestos improvisados e que o acompanhassem.

Papai Noel subiu no trenó novamente, e junto com o menino, seguiu o homem rico, que se dirigiu exatamente àquele mesmo albergue, onde o velho mendigo havia entrado.

Do lado de fora, Papai Noel e o menino olharam para dentro do albergue. Lá estavam, agora o homem rico, distribuindo a sua ceia, enchendo os pratos de todos aqueles necessitados, inclusive daquele velho mendigo.

Agora todos eles pareciam estar muito felizes….

Papai Noel bateu no ombro do menino, que estava totalmente encantado, com o que tinha visto e disse: 

– Agora você entende o que eu faço, e a importância disso? 

– Dar presentes qualquer um pode dar, mas o Natal serve para darmos esperança para quem tem pouco e a bondade para quem tem muito.

Em seguida o Papai Noel voou para a casa do menino, onde o bom velhinho o deixou a tempo de cear com sua família. 

Assim que viu seu filho entrar na sala, o seu pai lhe disse:

– Olha filho o presente que o Papai Noel deu para você! 

E o pai mostrou ao filho uma bicicleta novinha, do jeito que o menino havia pedido. 

O menino então olhou para o pai, sorriu e disse: 

– Ih pai, isso não é nada! Você nem imagina o que o Papai Noel já me deu hoje de presente. 

– Ele me ensinou que muito melhor do abrir presentes é a gente poder abrir o coração!

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thiagomelego

Jornalista por tempo de serviço, Radialista, Administrador, tecnólogo em Recursos Humanos. Estuda Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

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