“Delivery pro passado”

“Delivery pro passado”

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Hoje vi uma postagem em vídeo no Facebook que até me pareceu piada.

‘O sujeito está em home office, por causa da pandemia e fica desesperado ao ver acabar a tinta do seu computador, bem na hora que ia imprimir um trabalho.

Imediatamente ele coloca sua máscara de proteção e sai às ruas, procurando um local que vendesse a bendita tinta.

Depois de muito procurar, encontra uma loja aberta e pergunta ao vendedor se tem o tal cartucho de tinta. O vendedor diz que sim, mas que só vende por Delivery. Em seguida o vendedor lhe entrega um pedaço de papel com o telefone pra ligar.

O sujeito, pacientemente, ali mesmo na frente do vendedor, liga do seu celular, o tal vendedor atende, pede pra pagar com cartão. Ele então paga, recebe o cartucho de tinta e vai embora….’  

As coisas hoje, desde que começou este ano de 2020, estão assim. Tudo parece que ficou totalmente louco e fora de contexto, seja em casa, seja na rua.

Nada parece funcionar como deveria, tudo parece estar de pernas pro ar, como essa história do sujeito do cartucho de tinta. Tudo está muito louco e tudo foge do normal!

Em casa, a mesa do escritório agora tem que ser partilhada, por horários, já que todos estão em home office. A tv fica ligada só com desenhos e jogos para os filhos. A diarista não vem por causa do vírus e a limpeza sobra pra todo mundo. O carro que levava você a qualquer lugar, está parado, porque não pode ir a lugar nenhum. O som ambiente da casa foi substituído pelo barulho infernal dos eletrodomésticos e dá-lhe barulho de tv, aspirador de pó, máquina de lavar, máquina de secar, máquina de lavar pratos, às vezes, até ligados ao mesmo tempo. Sem dizer da nossa sala de estar que virou um enorme parque infantil….

Você então resolve fazer as compras urgentes por Delivery, pois afinal a comida é necessária e se sair de casa pode se contaminar. Procura então algum desses sites rápidos de entrega. Que tal o Rappi?

Logo escolhe tudo que precisa e a compra chega rápido. Mas aí quando confere a lista do que chegou percebe que só recebeu o que não comprou!  É um tal de pedir leite em caixinha e vir leite em pó. Pedir atum e vir sardinha. Mas e se pedir algumas frutas? Ah…não se preocupe, vai vir um grande saco com verduras!

A fome aperta e você resolve então comprar um hambúrguer pelo Ifood. Pronto chegou! Abre a caixinha e lá está o seu quibe frito com esfira, que não pediu!

Vem uma dor de cabeça e você pede o remédio pelo Delivery da farmácia. Logo chega o motoboy para lhe entregar a caixinha de anticoncepcional!

Então, talvez seja melhor abrir o computador e buscar alguma informação. Abre um site de notícias e mais parece um Delivery de desgraças.

São só mortes pelo tal invisível Covid; Covas falando de covas; ministro da saúde demitido em meio a pandemia; ministro da justiça que sai atirando; presidente dando cala boca em coletiva; ex-presidente, condenado falando de moral; deputado, que escondeu dólares na cueca, virando comentarista de ética na tv; a justiça soltando presos e a polícia prendendo cidadãos de bem.

Que tal então pararmos por aqui e irmos para os esportes.

Mas vemos que também continua tudo sem nexo, com ou sem futebol. Os mesmos comentaristas medíocres, falando as mesmas besteiras de sempre, mesmo sem ter o que comentar. Tem até dirigente de time grande falando de política, quando deveria explicar porque o seu time não ganha títulos, há anos.

A única coisa boa, é que sem o futebol ficamos livres daquelas entrevistas no final do jogo, quando a maioria dos jogadores normalmente matam, sem dó a língua portuguesa. Os mesmos jogadores babacas, que hoje milionários, se esquecem de jogar bola, mas não dos seus novos penteados coloridos, para postar no Instagram, logo pela manhã.

Se vamos pra música então, é um verdadeiro ‘Deus nos acuda’ com lives e mais lives de funk ou outras músicas ruins, todas repletas de pseudo cantores, que não contentes com os péssimos shows que sempre fizeram, agora resolveram também invadir as mídias e redes sociais com suas lives, jogando no ventilador o sabem fazer de melhor.

Na política internacional, então, é onde ainda vemos o Maduro estar a ponto de cair de podre; a China que só vendia quinquilharia, vendendo sofisticados respiradores; o petróleo que custava o olho da cara, agora custando menos que zero; as ações de grandes empresas virando pó.

Nada vale mais o que valia antes. Até Genebra, uma das cidades mais ricas do mundo, agora tem fila pro seu cidadão retirar cesta básica!

E se, enquanto escrevo esta esta crônica, aparecer no Tweeter uma fake news fresquinha, de algum youtuber, tenham a certeza de ela irá bombar mais que a live do Alok.  

Tento me distrair um pouco e me abstrair de tudo isso, desse verdadeiro Delivery de loucuras.

Entro no Netflix e opto por um review, lá está o fantástico filme de Spielberg: ‘De volta para o Futuro’.

Dou um play e logo na primeira cena aparece aquele carrão do Doc Brown, com seu inseparável amigo Marty.

Pulo do sofá, aceno para eles e como louco dou um grito:

– Fazem Delivery pro passado?

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thiagomelego

Jornalista por tempo de serviço, Radialista, Administrador, tecnólogo em Recursos Humanos. Estuda Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

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