O melhor presente de natal, por José Luiz Ricchetti

O melhor presente de natal, por José Luiz Ricchetti

cabeca-ricchetti O melhor presente de natal, por José Luiz Ricchetti
image-26-1024x539 O melhor presente de natal, por José Luiz Ricchetti

Acredito que todos nós quando éramos crianças, sempre tivemos várias curiosidades sobre o Papai Noel.

A maior delas, que me intrigava quando eu devia ter uns 6 ou 7 anos de idade, era saber como o Papai Noel conseguia entregar todos os presentes, para todas as crianças, exatamente à meia noite, no mesmo dia.

Sempre me deram explicações que nunca me convenceram!

Hoje, se minha filha me perguntasse como o Papai Noel faz isso provavelmente eu lhe responderia algo também não muito convincente, talvez dizendo:

– Filha ele é o Papai Noel, ele consegue!

O fato é que qualquer que seja a explicação que possamos dar, com certeza, não conseguiremos explicar e as nossas crianças continuarão com suas dúvidas.

Como estamos na era do ‘smart phone’ e da internet, com certeza uma resposta como esta minha, só irá resultar em mais curiosidade nas crianças e provavelmente elas farão uma imediata consulta ao ‘Google’, procurando a resposta.

A história mais bacana que ouvi sobre isso, quando ainda era uma criança e que guardo até hoje na memória, me foi contada por um querido tio avô, a qual compartilho com vocês:

“Em uma grande cidade havia uma criança que fez esta mesma pergunta aos seus pais e não contente com as respostas foi lá e clicou no Google e encontrou um link ‘Fale com o Papai Noel’.

Clicando no link ela foi direcionada à uma página que tinha um formulário simples, para preencher, com uma mensagem, a ser enviada para o Papai Noel.

O menino não perdeu tempo, preencheu a mensagem e enviou.

Foi aí que tudo começou……

Assim que enviou a mensagem as luzes do seu quarto começaram a piscar e se apagaram. Logo em seguida, como se fosse um relâmpago, elas voltaram a se acender, mas agora como um feixe de inúmeras luzes, numa mistura infinita de cores explodindo no teto e nas paredes, ofuscando totalmente a sua visão.

Ainda assustado e ofuscado pelo feixe de luxes, ele cerrou os olhos rapidamente e depois, à medida que lentamente abriu os olhos, percebeu que não estava mais em sua casa.

Quando a sua vista se acostumou com aquela claridade, a primeira coisa que viu foi uma placa na parede, escrito ‘Oficina do Papai Noel’ e olhando em volta, dentro do prédio em que se via agora, observou que haviam vários duendes trabalhando.

Quando um daqueles duendes, viu o menino bem na sua frente, ele exclamou:

– Ei pessoal, deu certo!

– Eu não falei que se a gente colocasse um formulário no site ao invés de ficar trabalhando com cartas e o correio a coisa ia funcionar?

Logo um segundo duende retrucou:

– Sim, mas por acaso era para esse ‘bendito formulário’ trazer crianças para cá?

Em seguida um terceiro duende replicou:

-Vejam bem, não era exatamente isso que deveria acontecer, mas é válido, afinal não deixa de ser uma experiência de contato com nosso público-alvo, o que irá fortalecer a nossa marca.

A partir daquele momento, vários outros duendes foram ter com aquela criança. Logo o levaram até uma enorme sala de conferências, onde havia um grande mapa do mundo, cheio de luzes acesas, indicando os inúmeros lares de crianças pelo mundo.

Os duendes então, acomodaram o menino em um sofá e começaram a conversar animadamente com ele:

– O que podemos fazer para lhe ajudar?  Perguntou um deles.

– Eu queria saber como o Papai Noel consegue entregar todos os brinquedos numa única noite, respondeu o menino.

Um dos duendes saltou da cadeira e disse:

– Veja bem garoto, esquece essa coisa da entrega, o segredo do sucesso está no meu planejamento, que começa por manter um mailing atualizado de todas as nossas crianças, mantendo-as encantados durante o ano todo até o Natal.

– Que bobagem! Disse logo um outro duende, aparentemente responsável pela área de Logística.

– Meu amiguinho, o detalhe aqui é o seguinte, a entrega é a parte mais importante do Natal. Eu trabalho 365 dias por ano ajustando os trenós, mantendo as renas alimentadas e exercitadas e com um controle rigoroso da linha de produção trabalhando em conjunto com a logística……

Numa dessas, entrou também na sala o duende de Recursos Humanos e foi logo questionando:

– E as pessoas? Vocês esqueceram? Quem cuida delas? Sou eu! Eu é que coordeno milhares de pessoas que atuam em perfeita harmonia e que são constantemente motivadas para que tudo dê certo….

Em seguida apareceu o duende do Financeiro, depois o de Compras, e vários outros, todos querendo dizer e afirmar que a sua área é que era a mais importante de todas.

Lá pelas tantas, quando não cabia mais duendes na sala, tentando cada um deles convencer o menino da importância do seu trabalho e da sua área.

Então o alto-falante da fábrica soa, e a voz, do duende assistente do Papai Noel, diz através do sistema de som da Fábrica: – Atenção duendes do setor de segurança, o Papai Noel solicita que tragam imediatamente o menino para a sala dele!

Os seguranças rapidamente resgataram o menino da sala de conferências, o tirando do meio, de todos aqueles duendes e o conduziram até uma outra sala, com apenas uma grande mesa de madeira, no centro.

Na parede, haviam fotos de diversos natais, confraternizações nas oficinas, e várias anotações. Em um dos cantos, sacos de cartas de crianças e em cima da mesa, alguns papéis, canetas, memorandos e outras coisas do Papai Noel.

Enquanto ele olhava para o resto da sala, uma mão lhe tocou no ombro e com um grande susto o menino se virou e viu que era o Papai Noel.

– Oi, tudo bem com você meu filho? Disse, o Papai Noel.

– Tudo bem, respondeu o garoto, ainda meio perdido.

– Fique à vontade, disse o Papai Noel, a casa é toda sua!

O menino então se acalmou e finalmente tomado de coragem fez a pergunta que tanto o angustiava: – Papai Noel, como o senhor faz para entregar presentes para todas as crianças do mundo exatamente no mesmo dia, à meia-noite?

– Ah meu filho, apesar dos meus duendes terem se empolgado um pouco, todos eles falaram a verdade. Olhe bem aqui neste painel da parede, deixa eu te mostrar um pouco do que cada departamento faz.  

Então um enorme painel de televisão se abriu na parede da sala e o Papai Noel começou a dar diversas explicações, sobre como cada departamento fazia sua parte de maneira harmoniosa e com igual importância, até explicar que os presentes eram então preparados para entrar, não em um trenó, mas em milhares deles, todos eles bem preparados, para que os duendes pilotos percorrerem o mundo e distribuírem os presentes.

O menino ouviu a explicação e com cara de decepcionado comentou:

– Então não é você Papai Noel que entrega os nossos presentes?

Sem responder mais nada o Papai Noel falou:

– Vem cá comigo meu filho, eu vou lhe mostrar o que eu faço.

O Papai Noel então levou o garoto até a um enorme hangar, onde vários duendes já partiam para diversos pontos do mundo, com seus trenós cheios de presentes.

O Papai Noel pegou o menino pela mão e se dirigiu para a plataforma principal, onde estava estacionado um enorme trenó. O velhinho acomodou o menino no banco do passageiro e subiu no trenó. Era quase meia-noite quando os dois partiram.

Após alguns segundos de viagem, chegaram a uma grande metrópole. Lá, um velhinho dormia na rua, passando frio, abraçado a uma garrafa de bebida barata. A rua estava fria, feia e triste, com muita pouca luz.

Papai Noel desceu do trenó e tocou de leve na cabeça do mendigo, que se levantou e após alguns instantes, com o rosto transfigurado e com um belo sorriso, atravessou uma grande avenida e se dirigiu a um albergue que havia do outro lado….

Papai Noel subiu no trenó e acelerou de novo. O trenó subiu, subiu, subiu até um ponto muito alto da cidade, e desceu na cobertura de um prédio.

Lá dentro, se podia ver um senhor, de meia idade, com ótimas roupas, instalado em seu confortável e enorme apartamento de cobertura, rodeado de quadros caros, esculturas raras e talheres de prata. Pelas características se via que era um homem muito rico. Ele jantava sozinho, uma ceia, que parecia ter sido feita para um batalhão de pessoas, tal a fartura e a quantidade.

Papai Noel se aproximou do homem e tocou-lhe de leve no lado esquerdo do peito. No mesmo instante o senhor se levantou da mesa, com olhar determinado, chamou vários dos seus empregados e pediu que juntassem toda a comida da mesa, em cestos improvisados e que o acompanhassem.

Papai Noel subiu no trenó novamente, e junto com o menino, seguiu o homem rico, que se dirigiu exatamente àquele mesmo albergue, onde o velho mendigo havia entrado.

Do lado de fora, Papai Noel e o menino olharam para dentro do albergue. Lá estavam, agora o homem rico da cobertura distribuindo a sua ceia, enchendo os pratos de todos aqueles necessitados, inclusive daquele velho mendigo.

Agora todos eles pareciam estar muito felizes…

Papai Noel bateu no ombro do menino, que estava totalmente encantado, com o que tinha visto e disse:

– Agora você entende o que eu faço, e a importância disso?

– Dar presentes qualquer um pode dar, mas o Natal serve para darmos esperança para quem tem pouco e a bondade para quem tem muito.

Em seguida o Papai Noel voou para a casa do menino, onde o bom velhinho o deixou a tempo de cear com a família.

Assim que viu seu filho entrar na sala, o seu pai lhe disse:

– Olha filho o que o Papai Noel trouxe para você!

E o pai mostrou ao filho uma bicicleta novinha, do jeito que o menino havia pedido.

O menino então olhou para o pai, sorriu e disse:

– Ih pai, isso não é nada!

– Você nem imagina o que o Papai Noel já me deu hoje! Ele me mostrou que muito melhor do abrir presentes é a gente abrir o coração! ”

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SOBRE O AUTOR:
José Luiz Ricchetti, nascido em São Manuel, é oriundo de famílias das mais tradicionais da cidade como Ricchetti, Ricci e Silva, é casado e tem 3 filhos. Engenheiro Mecânico pela Escola de Engenharia Industrial – EEI, com pós-graduação na FGV em Administração de Empresas e Comércio Exterior, tem MBA na área de Gestão de TI e Telecom pelo INATEL-UCAM, tendo atuado por mais de 35 anos, como executivo de grandes empresas brasileiras e multinacionais no Brasil e no Exterior.

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thiagomelego

Jornalista por tempo de serviço, Radialista, Administrador, tecnólogo em Recursos Humanos. Estuda Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

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