A Mensagem do Menino Deus, por José Luiz Ricchetti

A Mensagem do Menino Deus, por José Luiz Ricchetti

cabeca-ricchetti A Mensagem do Menino Deus, por José Luiz Ricchetti
imagem-ric-1024x810 A Mensagem do Menino Deus, por José Luiz Ricchetti

Acordei, com um barulho na sala de visitas, olhei no relógio e eram 4:40 da madrugada, do dia de Natal.

Preocupado com o barulho, olhei com cuidado, lá de cima do início da escada, sem descer e logo me veio a dúvida se era um sonho ou realidade.

Na sequência ouvi mais uma vez o mesmo barulho. Tomei coragem e comecei então, a descer os degraus, bem devagar, em direção à sala. Olhei outra vez na direção do barulho e percebi que as luzes da árvore de Natal tinham ficado acessas e piscavam, de modo intermitente criando um jogo de luzes e sombra.

Notei então que parecia haver uma sombra, como se fosse uma pessoa ajoelhado ao pé da árvore, no meio das caixas de presentes…. Por causa dos vários amigos que viriam para o nosso almoço de natal, com seus filhos, a nossa árvore estava repleta de presentes, como nunca antes.

A primeira coisa que pensei foi, se não seria um ladrão, mas como o nosso condomínio sempre foi extremamente seguro, e na minha cidade do interior, as ocorrências de assaltos tem uma estatística ridícula, logo deduzi que não poderia ser nada disso.

Seria o Papai Noel, com sua barba branca e roupa vermelha, nos deixando ainda mais presentes? Mas, logo a razão me corrigiu o pensamento: – Papai Noel não existe!

O que poderia ser então? Quem seria que estava ali abaixado, de joelhos, no meio dos pacotes?

Aos poucos, pude ver, na medida que descia mais alguns degraus, que era uma figura pequena, muito parecido com uma criança.

Parei no meio da escada, limpei os meus óculos na barra do pijama, para conseguir ver melhor. Agora estava mais nítido, caramba era mesmo uma criança, bem pequena, quase um bebezão, e estava agora em pé, ao lado da árvore e vestida com um pano branco enrolado no corpo e parecia estar mexendo nos presentes.

Seria alguma criança de rua, em busca, talvez de um pouco de comida? Como ela teria entrado?

Assustado, mas tomado de coragem, continuei descendo, bem devagar, silenciosamente, com a ideia de poder chegar bem perto, para não assustar aquela criança, que parecia ser de rua, dessas que a gente vê perdida, tarde da noite, no farol, com algum adulto por perto, que com certeza a usa para ganhar mais esmolas e que por mais que queira, a gente mal consegue ajudar.

Ahh… Se realmente for uma dessas crianças de rua, hoje eu vou ajudar, vou dar a ela algumas roupas, um bom prato de comida, um chocolate e depois um pacote de biscoitos para levar para casa!

Mas logo a minha mente, volta a me questionar: É um sonho ou realidade?

De repente vejo a criança se abaixar e colocar alguma coisa entre os presentes, algo que parece, ela trazia no bolso e que de longe me pareceu ser um pequeno pedaço de papel enrolado.

Enquanto ainda descia os últimos degraus, meus pensamentos voltam a me incomodar, desta vez me recriminando:

– Por que pensei ser um Papai Noel, essa figura fruto dessa sociedade de consumo? Por que não pensei diferente? Será que não poderia ser um anjo, que veio nos trazer algo de bom, como uma mensagem de paz e amor por exemplo?

Os pensamentos se foram e eu cheguei ao fim da escada. Quando olhei novamente para a árvore, não consegui ver mais aquela criança. Onde ela se escondeu? Pensei…

Olhei em torno da árvore, vasculhei os presentes e nada! Olhei embaixo do sofá…. No resto da casa…. Não achei mais ninguém!  

Voltei à sala de visitas e vasculhei, de novo, aquele monte de presentes. Foi então que descobri no meio deles um pequeno pedaço de papel surrado, todo enrolado. O que seria?

Curioso, me abaixei rapidamente e recolhi o rolinho de papel do chão, que se parecia com um antigo pergaminho, papel puído e amarelado, bem fechado e amarrado com uma fita vermelha, tendo um laço bonito, como daqueles que a gente usa para fechar pacotes de presentes.

Desatei o laço, abri o pergaminho e ávido de curiosidade, comecei a ler o que nele estava escrito….

Ao terminar de ler, com os olhos marejados de lágrimas, percebi que tudo o mais tinha deixado de ser importante, não importava mais se tudo era sonho ou realidade, aquele pequeno e tosco pedaço de papel tinha, no seu conteúdo, um maravilhoso presente, que agora compartilho com vocês:

 “Filhos queridos, meus irmãos de fé,

Neste dia em que aqui na Terra, se comemora, mais uma vez, o nascimento de Jesus Cristo, o meu desejo é que possam ter sempre os caminhos iluminados, na busca do melhor para cada um de vocês.

Que a cada novo dia, vocês possam ser pessoas melhores, exemplos e referências para todos aqueles irmãos menos evoluídos que dividem este mesmo planeta.

Que na busca do sustento de cada dia, o façam sempre dentro das leis do amor e da responsabilidade.

Que suas ações sejam sempre lapidadas, dia a dia, na busca da perfeição e de uma evolução maior no plano espiritual.

Que os anjos de guarda possam estar sempre ao lado de vocês, acompanhando cada passo, cada necessária luta diária e que todos os dias, a nossa mãe Maria seja sempre a referência maior de amor e humildade.

Que Deus nosso Pai os fortaleçam sempre, na adversidade, para que encontrem o melhor caminho, para uma vida plena de retidão, de amor ao próximo e de perdão.

Que vocês mantenham vivo, dentro de vocês, aquele espírito inocente de criança, que por simples intuição, nos dá sempre o melhor exemplo do que é o amor.

Que vocês possam, neste mundo de provas e expiações, buscar na inteligência dos seus atos e ações, o aperfeiçoamento moral e intelectual, sem deixar de respeitar os limites, de cada um dos demais irmãos.

Que a luz divina, esteja sempre presente na vida de vocês, iluminando os seus caminhos e todas as decisões, que precisam e devem ser tomadas.

Que vocês saibam valorizar, todos os dias, aqueles entes queridos e também os amigos, que por amor e afinidade, nos ladeiam na estrada e que sempre nos emprestam os ombros para nos ajudar a vencer os caminhos desta difícil jornada.

Que vocês saibam reconhecer e aprender com cada erro cometido e assim torná-los lições, mas tão bem assimiladas, que numa próxima oportunidade, nem mesmo consigam perceber que desta vez acertaram.

Que possam viver todos os dias que lhes restam, desta passagem terrena, tendo sempre a certeza absoluta, que independentemente de cada erro ou de cada acerto cometido, encontrarão sempre o perdão e a misericórdia do nosso Deus Pai.

Com amor,

Menino Deus ”

O meu desejo é que neste Natal, o Menino Deus, possa visitar o lar, de cada um de vocês e deixar de presente, um grande pacote, repleto dos mais lindos sentimentos de fé, amor, fraternidade e paz. 

Feliz Natal!

*Crônica, inspirada na psicografia ‘Oração de Natal’ do mentor Télio e psicografada por José Luiz.

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SOBRE O AUTOR:
José Luiz Ricchetti, nascido em São Manuel, é oriundo de famílias das mais tradicionais da cidade como Ricchetti, Ricci e Silva, é casado e tem 3 filhos. Engenheiro Mecânico pela Escola de Engenharia Industrial – EEI, com pós-graduação na FGV em Administração de Empresas e Comércio Exterior, tem MBA na área de Gestão de TI e Telecom pelo INATEL-UCAM, tendo atuado por mais de 35 anos, como executivo de grandes empresas brasileiras e multinacionais no Brasil e no Exterior.

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thiagomelego

Jornalista por tempo de serviço, Radialista, Administrador, tecnólogo em Recursos Humanos. Estuda Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

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